O gestor que trabalha com recursos públicos, em qualquer esfera, deve ter como premissa irrevogável prestar contas permanentemente a quem custeia estes recursos, ou seja, a sociedade. Ser transparente com as receitas e despesas no que tange a verba pública nada mais é que uma obrigação de quem também serve a entidades privadas que dependem de recursos desta natureza.
O Hospital Montenegro, da cidade do mesmo nome no Rio Grande do Sul, um dos mais emblemáticos da nossa representada METAHOSPITALAR do Estado, é um dos exemplos mais bem lapidados desta postura. O HM trata-se de uma entidade privada de caráter filantrópico, mantido com recursos públicos. Especialmente neste novo momento iniciado em 2012, onde os atendimentos “100% SUS” garantem o total e exclusivo repasse público à entidade.
Desde o ano passado observam-se mudanças significativas nesta casa de saúde que há 82 anos serve aquela região. O diálogo com o governo do Estado teve como resultado um aumento exponencial no volume de recursos mensais repassados, que de R$ 350.000,00 foram para R$ 1.700.00,00, zerando um déficit anual de R$ 2,3 milhões. Os médicos que em 2011 eram 30, em 2013 são 60 e as especialidades médicas que eram 5 saltaram para 25. A média de internação que era 12 dias caiu para 5 dias, fruto das constantes melhorias do processo. Após a correção dos desvios e tendo comprado o tomógrafo, falta abrir a UTI, o que está perto de ser realizado. Segundo Carlos Batista a próxima fase do trabalho é o atendimento de alta complexidade, como cardiologia e neurologia. Pois a meta e ver o HM como referência nacional em atendimento pelo SUS.
Em 2011 o HM que em mais de 8 décadas já salvara milhares de vidas literalmente agonizava. Em 2013 respira sem aparelhos. Além da engenharia financeira que teve que ser montada, o lado mais importante do processo foi a gestão humana, cujo reflexo gradativamente se fez sentir.
Todos os investimentos e melhorias feitos seriam nada, não fosse a equipe motivada que nasceu durante o processo, mesmo que composta em sua maioria pelas mesmas pessoas que estavam lá 2 anos atrás. Colaboradores que passaram por duros momentos. Foram noites mal dormidas e problemas familiares que não conseguiram abalar o ânimo da equipe. Um deles é Roberto Antônio Susin, que está na casa há 18 anos, depois de uma passagem de 5 anos pelo Hospital Regina de Novo Hamburgo e que vem emprestando sua colaboração irrestrita ao HM. Supervisor de manutenção ele lidera uma equipe de 5 pessoas que mantém, ao lado de dezenas de outros “Robertos”, fez o hospital funcionando 24 horas por dia, 365 dias por ano. Mesmo durante aqueles maus momentos hoje já plenamente superados. Segundo palavras dele “aqui é o melhor lugar do mundo, o clima no HM é ótimo para se trabalhar”.
São eles, os colaboradores, que dão a certeza de que a história de 80 anos, seguirá para sempre cada dia melhor que o outro.