A Hapvida vive uma das fases mais difíceis desde que virou gigante do setor. Depois de comprar várias operadoras e experimentar crescimento acelerado, a conta chegou: os custos dos atendimentos subiram, o caixa apertou e o lucro caiu. Quando o resultado mais recente foi divulgado, o mercado entrou em pânico. Com efeito, as ações despencaram mais de 40% num único dia e a empresa perdeu bilhões em valor.
Por trás disso estão problemas já bastante conhecidos: muita reclamação de clientes, aumento das judicializações obrigando coberturas, dificuldades de integração após a fusão com a NotreDame e uma pressão regulatória ainda maior, que limita reajustes. Para um modelo de negócio que trabalha com preços muito baixos, qualquer desvio pesa.
Agora a Hapvida corre para reorganizar a casa.
Está revendo contratos, tentando controlar melhor os gastos, reforçando centros próprios de atendimento e buscando reduzir as queixas com processos mais claros. Também emitiu dívidas novas para empurrar compromissos para frente e ganhar fôlego.
No médio prazo, pode vender ativos, criar parcerias ou até passar por nova rodada de consolidação no setor. O ponto central é simples: recuperar confiança, gerar caixa e mostrar que consegue equilibrar cuidado, preço e qualidade, sem deixar o paciente em situaçáo de fragilidade e o investidor sem resposta.
O futuro próximo vai dizer.
